quarta-feira, 22 de dezembro de 2010
Bird Strike on Landing
O perigo aviário é uma ameaça presente em todos os países do mundo. Para que se tenha uma idéia, na Europa, somente na aviação civil, mais de 200 pessoas já perderam suas vidas e mais de cinqüenta aeronaves foram destruídas em acidentes aeronáuticos envolvendo colisão com pássaros, o sacrifício das aves é adotado como uma das soluções naquele continente, cada país possui uma lista de pássaros que podem ser abatidos em prol da segurança de vôo.Na América do Norte o sacrifício de aves também é adotado, porém o número de aves continua aumentando no aeroportos. Nos Estados Unidos em setembro de 1995 um Boeing 747 caiu em uma Base Aérea, após colisão com vários pássaros. Há registros naquele país de que aproximadamente 30% das colisões atingem múltiplos pássaros.Na América do Sul, mais precisamente na Argentina, em 12 de setembro de 2001 um importante aeroporto foi invadido por aproximadamente 5000 pássaros causando acidentes e incidentes aeronáuticos, que mantiveram o aeroporto fechado por mais de dez dias. Naquele país tem-se o dado estatístico de que 78% das colisões com pássaros ocorrem entre o solo e 1000ft de altura.No Brasil, diferente de outros países, não é permitido o abate de pássaros. Isto se deve basicamente ao fato de não se saber qual o impacto que poderia ser causado em determinada espécie caso o abate fosse autorizado, uma vez que não se tem o levantamento de quantas aves existem, de onde elas vem ou para onde vão. Países da Europa e os Estados Unidos, por exemplo, fazem esse controle a mais de 150 anosDevido às dimensões do Brasil, soluções que se aplicam em determinada região não necessariamente são eficientes em outras, por exemplo: Em Corumbá, apesar da grande diversidade de pássaros na região, aproximadamente 65 espécies, somente há relatos de colisão com cinco dessas espécies, entre elas o urubu. Já na região sul do país o urubu não é um problema.Na Região Nordeste, em Aracaju um 737 da Varig no ano de 2001 sofreu avarias consideráveis fruto de colisão com pássaros. Em Vitória da Conquista o aeródromo teve a operação de aviação regular suspensa devido ao excesso de pássaros na região.Nos aeroportos de Guarulhos na cidade de São Paulo e Galeão no Rio de Janeiro ocorrem a maioria das colisões com pássaros do Brasil, obviamente isso se deve devido ao grande fluxo de aeronaves que decolam e pousam nesses aeroportos. Particularmente no aeroporto de Guarulhos, a INFRAERO desenvolveu um trabalho de pesquisa extremamente aprofundado e foi capaz de, num curto espaço de tempo, sem o abatimento de uma única ave, reduzir drasticamente as estatísticas de colisão com pássaros naquele aeroporto, baseando-se principalmente no estudo dos hábitos das espécies ali residentes, nas estatísticas de colisão daquela localidade e na translocação de 368 animais.Sem dúvida nenhuma o perigo aviário é uma ameaça a segurança de vôo, sendo notório o esforço de algumas organizações públicas, civis, militares e privadas, voltados para o seu controle. O Conselho Nacional do Meio Ambiente, após ativa participação do CENIPA, criou a Resolução CONAMA nº 4, de 1995, na qual estabelece a Área de Segurança Aeroportuária – ASA. Dentro da ASA, que compreende um círculo com raio de 20Km, para os aeródromos que operam IFR, e 13 KM, para VFR, ficou proibida a implantação de qualquer atividade que atraia ou possa vir a atrair aves.O CENIPA promove diversas atividades educativas e promocionais buscando reduzir as colisões com pássaros, entre elas pode-se destacar: aulas apresentadas nos cursos de segurança de vôo, palestras, distribuição de cartazes e seminários específicos sobre o Controle do Perigo Aviário. Como vimos no início deste artigo, o perigo aviário se originou junto com a aviação e sabe-se que até hoje nunca existiu um mecanismo extremamente eficaz que fosse capaz de solucionar em definitivo o problema. Porém devemos ter a certeza de que estamos no caminho certo e mais ainda temos que ter a consciência de que somente com a mobilização geral dos responsáveis diretos ou indiretos pela atividade aérea nós conseguiremos reduzir o número de colisões com pássaros a números satisfatórios e seguros.
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